sábado, 6 de setembro de 2008

Raposa do Sol: Justiça mira violência de prefeito do DEM

Se fosse um prefeito da base do governo Lula, com certeza seria manchete em todos os jornais a noticia da denúncia, feita pela Procuradoria Regional da República, sobre o prefeito democrata de Pacaraima, em Roraima, Paulo César Quartiero, por seqüestro, cárcere privado, roubo e dano qualificados. Quartiero é candidato à reeleição e, embora seja reconhecido pela usual violência com que trata os conflitos políticos na região, ele não está na ''lista suja'' da AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros).

Junto com Quartiero também foram denunciados Francisco Roberto do Nascimento, os índios tuxauas Genival Costa da Silva, Nelson Silvino e Sterfeson Barbosa de Souza. Segundo nota da Procuradoria, Quartiero é acusado de coordenar uma invasão à missão religiosa do Surumu, a 230 km da capital Boa Vista e dentro da reserva indígena Raposa Serra do Sol, em 6 de janeiro de 2004. O prefeito é dono de fazendas de plantação de arroz e lidera um grupo de rizicultores que é contra a demarcação contínua da reserva.

Na época, invasores destruíram a missão, seqüestraram três padres, levaram bens que estavam no local, além de ameaçar religiosos e alunos. Os padres Ronildo Pinto de França, João Carlos Martines e César Alvallaneda foram levados em veículos diferentes após a invasão e permaneceram presos durante dois dias. Ainda segundo a Procuradoria, testemunhas e peritos comprovam que o grupo chegou ao local por volta de 3 horas da madrugada e saiu às 6 horas e 30 minutos.

Na mesma data, um grupo invadiu a sede da Funai (Fundação Nacional do Índio) em Boa Vista. Segundo o administrador do órgão, vários ônibus lotados chegaram para promover a invasão. À frente deles, segundo o administrador, estava Paulo César Quartiero.

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A Procuradoria explica na denúncia que a ação teve o ''intuito de dar publicidade à sua causa e forçar as autoridades a realizarem a demarcação da reserva indígena Raposa Serra do Sol da forma que lhes é mais conveniente (em ilhas)''.

O STF (Supremo Tribunal Federal) analisa ação pública que contesta a demarcação contínua da reserva. No último dia 27, um pedido de vista suspendeu o julgamento, adiando a decisão que deve servir de base para outras demarcações.

A denúncia contra o prefeito de Pacaraima aguarda agora decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região. Se for aceita e os acusados, condenados, a pena pode ser de até 21 anos de prisão.

Paulo César Quartiero afirmou que o caso é mais um processo requentado e sem fundamento. ''São processos do Ministério Público, da Funai; eles me processam com dinheiro público e eu tenho que me defender com dinheiro particular, eles não têm nada a perder'', afirma Quartiero. ''Eles querem me dar trabalho. Eles são ociosos'', finaliza.

''Tridente do diabo''

Quartiero é prefeito e candidato à reeleição pelos Democratas em Pacaraima, cidade a 250 km da capital de Boa Vista, e é dono de duas das maiores fazendas de produção de arroz de Roraima. Das 33 ações que seriam julgadas pelo STF no útlimo dia 29 de agosto - data que a Corte analisou a demarcação, ''muitas'' são da parte de Quartiero.

O fazendeiro defende que os índios organizados no Conselho Indígena de Roraima (CIR) estão ''a serviço'' e são ''instrumentos'' de organizações não-governamentais estrangeiras que querem facilitar o acesso ao país pela fronteira com a Venezuela e com a Guiana. Segundo ele, a demarcação de toda aquela área como Terra Indígena dificulta a fiscalização do Exército Brasileiro. ''Eu não tenho problema nenhum com os índios. Eles são meus eleitores, me elegeram prefeito e trabalham para mim'', diz Quartiero. ''Os que conflitam comigo são uns poucos representados pela CIR.''

Paulo César Quartiero diz que vai acatar e cumprir a decisão do STF, mas alerta que as conseqüências de uma possível decisão pela demarcação contínua serão ''imprevisíveis''. Quem está ''criando problema'' na região, de acordo com Quartiero, é o governo federal, por meio principalmente do Ministério da justiça. ''O senhor Tarso Genro mandou a sua polícia aqui para nos expulsar e criou essa confusão toda. Quem está criando problema em Roraima é essa haste do tridente do diabo, formado por Ibama, Incra e Funai'', diz ele.

Da redação, com agências

Fonte: Vermelho

Eleições 2008 em Icapuí

Juventude com Dedé diz SIM a Icapuí
05/09/2008
Caminhada até a Tenda da Juventude
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Foto: Daniela Bortone

Cerca de 1.000 jovens participaram com Dedé Teixeira 13 nesta quinta-feira, 4, em Icapuí, de caminhada da Gruta até a inauguração da Tenda da Juventude, localizada vizinho ao Comitê Central da coligação Diga SIM a Icapuí. Vestidos de vermelho e empunhando bandeiras vermelhas, eles entoaram os jingles da campanha de Dedé a Prefeito. Nas ruas, a Juventude gritou por oportunidades, por Emprego, Educação, Saúde, Cultura e Lazer, recebendo adesões e o entusiasmo de quem estava nas calçadas.

A Tenda da Juventude é um espaço onde a Juventude de Icapuí vai poder se encontrar, conviver e construir políticas públicas. Por volta das 20h30, houve um ato político com a presença de lideranças da juventude em âmbito estadual e nacional. De cima do trio elétrico, Dedé Teixeira ouviu manifestações de apoio de lideranças e de jovens de Icapuí, num claro sinal de que eles querem um futuro com mais desenvolvimento e cidadania.

O secretário de Juventude de Maracanaú, Josbertini Clementino, que também é secretário nacional de Juventude do Partido Democrático Trabalhista, entregou a plataforma de políticas públicas de juventude construída pela Juventude daquela agremiação. Em seguida, falou o Conselheiro Nacional de Juventude e membro da Confederação Nacional dos Jovens Empresários, Leonardo Baima. Jovem filho de Icapuí, Leonardo ressaltou a importância de a população lembrar as gestões do PT de da cidade à frente da Prefeitura, que se constituíram referência nacional e internacional. “A Juventude não deve se vender por migalhas, e sim caminhar rumo a um futuro mais digno”, afirmou.

Também presente ao ato esteve o assessor de Juventude do Governo do Estado, Ismênio Bezerra, também membro da Executiva Nacional do PSB. Ele enfatizou a importância das políticas públicas dos governos Federal e Estadual direcionadas aos jovens, que serão fortalecidas através da parceria com a futura gestão Dedé Teixeira na Prefeitura. Já o membro da Juventude Nacional do PT e também assessor de Juventude do Governo do Estado, Vladyson Viana, fez um breve relato de como a Juventude conseguiu a emancipação de Icapuí na década de 1980 e construiu a autonomia política da cidade. “Os jovens lutaram e disseram SIM a Icapuí naquela época”. Viana destacou ainda o papel dos Acampamentos da Juventude no apoio e incentivo ao protagonismo juvenil e à discussão de políticas públicas. Ele conclamou ainda os jovens a lutar pelo resgate da cidadania em Icapuí. “Em nenhuma das transformações pelas quais o Brasil passou, deixou de estar a figura do jovem. Vamos conseguir mudar essa realidade aqui de Icapuí”, concluiu ele.

Por fim, Dedé Teixeira enfatizou o mérito, além do momento festivo, da mobilização que tomou conta das ruas do Centro de Icapuí. “Nossa cidade precisa de políticas públicas concretas que gerem emprego, renda, Saúde e Educação para os nossos jovens. Temos a oportunidade de resgatá-las, e é isso que vamos fazer”.

Fonte: Site Oficial de Dedé Teixeira

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Ingrid, as Farc e os Estados Unidos

No livro "Drogas, Terrorismo e Insurgência", o escritor equatoriano Manuel Salgado Tamayo, conta a origem desta "cruzada" estadunidense, o que mostra bem quais são os interesses que estão por trás de toda a "bondade" que aparece no discurso que conclama a luta contra as drogas.

Os Estados Unidos, ainda mergulhados numa crise sem fim no Iraque, não abre mão do que acredita ser seu direito de intervir na vida dos países latino-americanos. Agora, num típico arranjo aos moldes da CIA, acaba de ajudar o governo de Álvaro Uribe a libertar Ingrid Betancourt, seqüestrada desde há anos pelas FARC. O anúncio da libertação da ex-candidata presidencial, juntamente com outros reféns estadunidenses, beira aos efeitos especiais de filmes como Rambo e Duro de Matar. Como sempre, é o mito do herói americano sendo reforçado. Mas, é bom lembrar que são figuras "míticas" como Rambo ou o personagem de Bruce Williams as responsáveis por rios de sangue como os provocados na queda de Salvador Allende, nas ditaduras argentina, brasileira e haitiana ou nos milhares de golpes de Estado que já aconteceram nesta "nuestra América", sempre capitaneados pelos interesses econômicos dos Estados Unidos.

Na Colômbia não é diferente. Desde que o país entrou na era republicana, pós-independência, o pendor de sua elite pela vassalagem vem se registrando a graus elevados. Seu primeiro presidente, Santander, quando o país ainda chamava-se Nova Granada, praticou o primeiro gesto ao trair Bolívar e aliar-ser aos interesses da Inglaterra. Desde então, em sucessivos governos democráticos ou autoritários, o povo colombiano não tem encontrado guarida para suas demandas. Não foi à toa que surgiram as FARC e outros grupos revolucionários que têm como objetivo a criação de uma Colômbia democrático/popular, na qual todos possam ter uma vida digna. Porque, afinal, até hoje, a Colômbia não logrou sua verdadeira independência.

Desde 1948, depois do assassinato de Jorge Gaitán, um político que era capaz de ouvir o povo, o país foi mergulhado numa rede de violência que parece não ter fim. Mas, é bom que se diga: os maiores incentivadores deste estado de coisas são os governos que insistem em não incorporar as demandas populares à vida nacional. Assim, não bastasse já o caldo de terror provocado pelas insanas lutas entre os liberais e conservadores, que tem suas origens no traidor Santander, o povo colombiano precisa enfrentar a sanha opressora do império estadunidense que não quer ver na ponta noroeste da América do Sul mais um país fora de sua folha de pagamento. Daí a cortina de fumaça que espalha com sua famosa "guerra contra as drogas".

Porque combater as drogas
No livro Drogas, Terrorismo e Insurgência, o escritor equatoriano Manuel Salgado Tamayo, conta a origem desta "cruzada" estadunidense, o que mostra bem quais são os interesses que estão por trás de toda a "bondade" que aparece no discurso que conclama a luta contra as drogas. Tamayo conta que até o início do século XX drogas como o ópio e a cocaína eram bastante utilizadas com fins medicinais. A cocaína, por exemplo, estava até na Coca Cola e era vendida legalmente como tônico revigorante. Foi por volta de 1903 que as autoridades começaram a associar as drogas às lutas das chamadas classes subalternas. Como não havia argumentos para reprimir a luta dos negros no sul dos EUA, que insistiam em lutar por coisas "absurdas" como direitos iguais aos dos brancos, chegou-se a conclusão de que eram os tônicos à base de cocaína que tornavam os negros muito rebeldes.

Além disso, as mulheres estadunidenses passaram a fazer sexo com os chineses imigrantes e isso, diziam as autoridades, só podia ser por conta do uso do ópio. Pois, afinal, que outro motivo levaria uma mulher branca, de boa família, a se deitar com um chinês? E também havia os mexicanos que começavam a ficar muito violentos. O motivo parecia óbvio: era o uso da marijuana. Nada a ver com as condições desumanas a que estavam submetidos os imigrantes ditos ilegais. E foi com base nestas premissas que começaram a ser criadas leis de criminalização destas drogas específicas. O álcool e o tabaco, por movimentarem uma indústria gigantesca e serem também consumidos pela classe dominante não sofreram muitas restrições.

Agora, na Colômbia, a história segue se repetindo. As lutas levadas adiante pelas FARC e outros grupos revolucionários no país não têm absolutamente nada a ver com a cocaína. Estes movimentos nasceram lá no início da década de 50, fruto da instabilidade e da violência gerados pelo próprio estado. E mais, estes grupos têm a ousadia de reivindicarem idéias "muito ultrapassadas" como o socialismo, a participação popular, a reforma agrária enfim, um outro tipo de organização da vida.

O cultivo da coca, que para algumas famílias é a única possibilidade que sobra no meio de uma guerra sem fim, não tem a finalidade de drogar o mundo. Todo o processo de refino e transformação em droga fica a cargo de outras gentes, com outros sotaques, que movimentam rios de dinheiro os quais nunca são vistos pelos pobres camponeses colombianos acossados entre o estado, os paramilitares, os traficantes e a miséria.

Mas, é justamente a cocaína o motivo que leva o governo colombiano a se associar com o governo dos Estados Unidos para "salvar" o mundo. O Plano Colômbia, nascido em 1998, durante a campanha presidencial de Andrés Pastrana, que visava uma negociação para a paz política acabou, pelas mãos de Bill Clinton, virando uma cruzada antidrogas, como se toda a problemática colombiana se resumisse a isso. Na verdade, o plano, arrumado pelos estadunidenses e sequer apreciado pelo congresso colombiano, só tinha uma preocupação: destruir o foco socialista que representavam as FARC e a ELN.

Os últimos fatos
Não é sem razão que a mídia cortesã insiste em divulgar aos quatro cantos a tese de que FARC e narcotráfico são a mesma coisa. É como o argumento de que os negros ficavam rebeldes por conta da cocaína, que os chineses seduziam as brancas por conta do ópio e os mexicanos ficavam violentos por causa da marijuana. Os motivos da guerra contra os pobres sempre são outros, ficam escondidos, e a grande massa vai absorvendo as mentiras. Não foi à toa que Hugo Chávez, o presidente venezuelano conclamou as FARC para que libertassem alguns reféns. Calejado nas artimanhas do império ele já deveria ter intuído que a CIA estava muito próxima de lograr uma vitória contra a guerrilha. Pois aí está.

Agora, o governo colombiano vai despejar no mundo, via mídia estadunidense, que é ele quem está "limpando" a Colômbia, que as FARC estão derrotadas, que não há mais a liderança de Marulanda, que tudo está fragilizado com mais esta vitória governamental. Logo, destruídas as FARC, o povo haverá de ter novamente a paz sonhada. De novo, as mentiras cobrem tudo com seu manto azul.

Jamais contarão ao mundo que as FARC e o ELN só nasceram por conta da violência do Estado contra as gentes, e que só seguem lutando porque esta violência segue crescendo. Para se ter uma idéia, o mal fadado plano Colômbia tem desalojado milhões de famílias ao longo destes anos, almas que vagam pelo território colombiano sem lugar, sem casa, sem terra, sem nada. O mesmo plano de libertação é o responsável pelas fumigações que destroem a terra, as plantações e a possibilidade de uma vida melhor para os camponeses.

A cortina de fumaça da libertação da ex-senadora vai alimentar a mídia por dias. Já falam até de eleições e de que ela pode vir a ser a sucessora de Uribe na presidência. Mais uma gerente do império. Nada mais do que "negócios". Enquanto isso, as gentes colombianas seguirão sendo a bucha de canhão de uma guerra que não querem. O tráfico de drogas é uma grande indústria, mais uma das grandes transnacionais que sugam a vida das gentes de Abya Yala, e ele permanecerá intocado enquanto o povo unido não enfrentar o verdadeiro monstro: o sistema capitalista e sua lógica de exploração e destruição. Esse é o inimigo a enfrentar porque, afinal, nós, os pobres, os negros, os chineses, os mexicanos e todos os demais "subalternos", não ficamos rebeldes por conta da cocaína, do ópio ou da marijuana. Nós ficamos rebeldes porque sabemos que uma outra sociedade pode ser construída, com solidariedade, com justiça e riquezas repartidas.

Por: Elaine Tavares

Fonte: Carta Maior

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Chico Lopes aponta vitória do consumidor com novas restrições às tarifas bancárias

Uma importante vitória do consumidor brasileiro e da mobilização de parlamentares e da sociedade. Assim o deputado federal Chico Lopes analisa a decisão do Conselho Monetário Nacional, anunciada esta quinta-feira, de impor restrições à cobrança de tarifas bancárias no Brasil.

Membro titular da Comissão de Defesa do Consumidor, Lopes foi o único parlamentar cearense a integrar o Grupo de Trabalho formado por deputados federais e técnicos do Banco Central e dos ministérios da Fazenda e do Planejamento, para estudar as tarifas bancárias e apresentar sugestões de medidas a serem tomadas para disciplinar sua cobrança e beneficiar o consumidor. O Grupo de Trabalho iniciou suas atividades em agosto e foi formado em decorrência de audiência na CDC sobre as tarifas, em 21 de junho, da qual participaram o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e o ministro da Fazenda, Guido Mantega.

Na ocasião, os parlamentares discutiram as tarifas cobradas no sistema financeiro. O deputado Chico Lopes questionou especialmente dois pontos: as taxas de abertura de crédito para empréstimos de diversas naturezas e as tarifas por pagamentos via boleto bancário. ''As tarifas são cada vez em maior número e mais caras. O consumidor raramente tem condições de se defender, comparando valores de tarifas entre os bancos'', afirmou, lembrando a necessidade de normatização da nomenclatura das tarifas, para possibilitar sua comparação em diferentes bancos.

'Vitória do consumidor''
Agora, com as medidas anunciadas nesta quinta-feira pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), Lopes avalia que as ações do Grupo de Trabalho resultaram em uma grande vitória do consumidor. ''A normatização da nomenclatura das tarifas e o fim da Taxa de Liquidação Antecipada de financiamentos são pontos importantíssimos nesse anúncio feito pelo Conselho'', ressalta. ''As restrições quanto ao aumento das tarifas e ao prazo para esses reajustes também são fundamentais, para evitar que os bancos cobrem tarifas em maior preço, às vezes sem o consumidor sequer perceber'', complementa Lopes.

O parlamentar aponta, porém, que ainda há avanços a conquistar quanto ao tema. ''Seguiremos lutando pelo controle e pela diminuição das tarifas, assim como pelo fim da Taxa de Abertura de Crédito'', adianta.


HISTÓRICO

21 de junho - Reunião da Comissão de Defesa do Consumidor discute tarifas bancárias, com presença de Henrique Meirelles e Guido Mantega.

6 de agosto - São indicados os integrantes do Grupo de Trabalho. O deputado federal Chico Lopes é o único cearense a integrar o GT.

21 de agosto - O Grupo de Trabalho realiza sua primeira reunião, definindo método de atuação e busca de propostas para disciplinar cobrança de tarifas e beneficiar o consumidor.

13 de setembro - O Grupo de Trabalho realiza sua segunda reunião. Parlamentares reagem a declarações de representantes da Febraban, dando conta da legitimidade da cobrança das tarifas.

21 de outubro - Audiência pública discute tarifas bancárias na Assembléia Legislativa do Ceará. Chico Lopes representa o GT da Comissão de Defesa do Consumidor, da Câmara dos Deputados.

6 de dezembro - Conselho Monetário Nacional anuncia restrições às tarifas bancárias. Proíbe a cobrança da Taxa de Liquidação Antecipada de financiamento e fixa prazos para reajustes de tarifas.


De Fortaleza,
Dalwton Moura

Fonte: Portal Vermelho

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Liberdade




Encontrei este vídeo no You Tube e adorei a mensagem...

"A esperança é carmesim, irmão
O seu exemplo nos serviu
Pelos campos e pelas cidades
Vai raiando o sol da liberdade
Em nosso Brasil..."
(Calinhos Medeiros)

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

MANIFESTO

Entidades lançam manifesto na pré-Conferência de Comunicação

Entidades que compõem o movimento Pró-Conferência Nacional de Comunicação lançaram nesta segunda-feira (17) um manifesto por uma conferência ampla, democrática e participativa. O documento, assinado por entidades da sociedade civil, foi entregue durante a abertura da Conferência Preparatória de Comunicações, organizada pelo Ministério das Comunicações em conjunto com a Anatel, Câmara e Senado Federais, que acontece até 19 de setembro, em Brasília

“Por uma conferência democrática com participação popular”, esta é a frase que sintetiza as reivindicações contidas no documento assinado por dezenas de entidades, dentre elas a CUT, em defesa de uma conferência que seja construída pelo poder público e em conjunto com a sociedade, “respeitando o princípio da participação social ativa”.

Leia abaixo a íntegra do manifesto Pró-Conferência:

Pela Convocação de uma Conferência Nacional de Comunicação
ampla, democrática e participativa

Saúde, Educação, Direitos Humanos, Cidades, Segurança Alimentar e Nutricional, Meio Ambiente, Cultura, Assistência Social, Juventude, Crianças e Adolescentes, Economia Solidária, entre tantas outras, são questões debatidas pela sociedade civil, em conjunto com o poder público, em conferências nacionais, com etapas estaduais, regionais e municipais.

Este espaço simplesmente não existe para a área da comunicação. Em que pese o caráter inegável de serviço público e o reconhecimento cada vez mais forte de que a comunicação é um direito da sociedade, os “donos da voz” no Brasil – os grandes grupos empresariais de mídia – não aceitam a premissa do controle público e social da comunicação. A liberdade de expressão seria, conforme mostra o exemplo cotidiano destes mesmos grupos, um privilégio de poucos que estariam aptos a falar em nome do conjunto da população brasileira.

A sociedade civil não aceita mais apropriação indevida – por parte dos empresários da comunicação – da liberdade de expressão como justificativa para defender a sua liberdade ilimitada e desregulada de impor sua visão de mundo sobre os rumos da nação. Fazem isso, vale lembrar, excluindo e marginalizando todas as vozes divergentes.

A comunicação é um direito e a sua realização, assim como a dos demais direitos humanos, deve se realizar através de políticas públicas promovidas pelo Estado, respeitando o princípio da participação social ativa nos processos de elaboração e decisão das diretrizes para estas políticas. Por isso defendemos e exigimos do Estado a realização da 1º Conferência Nacional de Comunicação, de forma democrática e participativa, com etapas estaduais, regionais e municipais, de modo a permitir um amplo debate sobre os problemas da comunicação, que agravam ou tornam invisíveis os outros problemas da sociedade brasileira.

Entendemos que esta Conferência Nacional Preparatória de Comunicações, realizada pelo Ministério das Comunicações, em parceria com as Comissões de Ciência e Tecnologia da Câmara e do Senado, é uma contribuição importante para o debate técnico sobre diversos aspectos da agenda do setor. Mas esse evento não se identifica com o formato e com os princípios das conferências nacionais setoriais. Por isso, reiteramos a defesa da convocação de uma Conferência ampla, democrática e participativa, como instrumento de definição de políticas públicas para um sistema de comunicação plural, compatível com os padrões de democracia e de respeito aos direitos humanos inscritos na Constituição Federal.

Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) – Conselho Federal de Psicologia (CFP) – Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados (CDHM) – Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) – Central Única dos Trabalhadores (CUT) – Associação Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES) – Movimento Negro Unificado (MNU) – União Nacional dos Estudantes (UNE) – Conselho Indigenista Missionário (CIMI) – Fórum de Entidades Nacionais de Direitos Humanos (FENDH) – Intervozes – Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) – Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) – Federação Interestadual dos Trabalhadores em Radiodifusão e Televisão (Fitert) – Lapcom/UnB – Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária (Abraço) – Ministério Público Federal (MPF) – Associação Mundial de Rádios Comunitárias (Amarc) – Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação Social (Enecos) –Associação das Rádios Públicas do Brasil (Arpub) – Campanha pela Ética na TV – Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH) – Associação Brasileira do Ensino de Psicologia – Blog Mídia em Debate e outros(as) entidades.

Matéria de VERMELHO em 19 de setembro de 2007

quarta-feira, 27 de junho de 2007

O retrato do esquecimento

Todos temos nossas saudades, nossos momentos que desejávamos eternos. Momentos que ficaram, imortais. Ou se perderam no tênue e frágil véu da memória.

Todos temos nossas saudades, nossos momentos que desejávamos eternos. Momentos que ficaram, imortais. Ou se perderam no tênue e frágil véu da memória. Falarei aqui de um homem cuja profissão era, de certo modo, imortalizar instantes que, não capturados, dissipariam-se na memória fugidia das pessoas. Eternizar celebrações, momentos de felicidade, de alegria, encontros. Mas quem se incumbirá de imortalizar a memória desse homem? Esse homem que desapareceu para sempre, como todas as fotos não batidas. Como todos aqueles sorrisos desperdiçados e amores olvidados. Deixe-me então lhes falar um pouco desse homem, cujo ofício era o de imortalizar em pequeninos instantâneos a felicidade e sorrisos, alegrias e celebrações alheias. Quem se incumbirá de imortalizar a sua figura, o seu sorriso, a sua (in)felicidade?


Ele era um homem da noite. Seu nome? Antônio. Um italiano, que chegou ainda criança ao Brasil, aos 14 anos, em 1952. Veio num navio, numa viagem de vários dias. Numa jornada corajosa e solitária, viera sozinho, sem pai, mãe ou qualquer outro parente que lhe tomasse pela mão e lhe encaminhasse pelos bons caminhos do novo mundo em que resolvera aportar. Apenas uma criança em busca de um sonho de felicidade.

Não se sabe ao certo – só ele nos poderia relatar, não fosse a finitude dos homens e das coisas – as venturas e desventuras, as dores, as alegrias e as dificuldades, os caminhos que o conduziram até ali, até o presente. O momento presente. O presente, onde ele é um dos fotógrafos da noite paulistana. Não um fotógrafo das estrelas, do high society. Mas o fotógrafo dos “comuns”. Um homem que saía de restaurante em restaurante, com sua Polaroid dependurada no pescoço (na verdade uma enorme máquina Fuji), com a qual registrava em instantâneos os sorrisos de casais enamorados (ou nem tanto), e de famílias inteiras em suas confraternizações e alegrias de ocasião.

Antônio parecia um personagem de um filme do seu compatriota Felini. Tinha um aspecto um tanto bizarro, é bem verdade. Era muito pequeno, enxuto mesmo. Frágil, delicado na aparência e no espírito – devia medir pouco mais de 1,50 m e pesar uns 50 kg. Andava sempre impecavelmente vestido, com terno, pulôver (nas noites de frio) e gravata (às vezes usava gravata borboleta). Andava num carro pequenino como ele, um BR 800 – aquele projeto de um velho empresário comunista brasileiro, que pretendia fazer, a exemplo de Henry Ford nos EUA, o verdadeiro carro popular nacional, um projeto que, como se sabe, não deu muito certo.

Nosso delicado personagem já tivera seus dias de glória. Trabalhara como fotógrafo em um grande jornal da cidade. Hoje, sem direito a uma aposentadoria que lhe assegurasse uma velhice mais tranqüila, tirava o seu sustento naquelas jornadas noite adentro, nas quais cobrava algo em torno de R$20,00 a fotografia.

Sempre desejara tirar uma foto junto com o fotógrafo Antônio, mas a minha avareza, acrescida da consciência de que aquela quantia daria para pagar boa parte da “farra” da noite, fizera-me adiar para sempre o registro das nossas afinidades, da nossa amizade desinteressada. Perdeu-se então o registro da nossa afeição cúmplice, a partilha da nossa miséria e olvido.
Quem via aquela criatura nas noites, “incomodando” a solidão e o silêncio dos casais com sua inoportuna (?) oferta (“Aceita tirar uma foto?”) não supunha o homem por detrás do fotógrafo. Um homem com uma história. Um homem que me reclamara um dia que nenhum dos seus sete filhos, dos seus dois casamentos, ligara para desejar-lhe um feliz dia dos pais. Um homem, como tantos, que já num segundo casamento, experimentava insuportável solidão e desamor. Um homem que, apesar da idade avançada, demonstrava uma inesgotável vontade de viver, e uma curiosidade enorme de garimpar novas amizades: “amizades que valessem a pena” – nas suas palavras.

– Antônio se foi, partiu para uma longa “viagem” sem volta – disse-me, Walter, o manobrista, lançando mão de uma desgastada imagem e um singelo eufemismo.

– Morreu!? Como!? – indaguei, entre surpreso e incrédulo.

– Disseram que teve um derrame, após uma discussão com a esposa. Morreu em casa – disse-me, um tanto acabrunhado, José, o garçom do restaurante onde encontrava sempre o nosso fotógrafo, e onde sempre conversávamos sobre coisas que as fotos e as aparências jamais revelam.

Tivera a última discussão com a mulher que já não amava e com a qual vivia às turras. Talvez seja realmente mais “poético” pensarmos assim, que ele partiu para uma “viagem” – como disse Walter, o manobrista. A eterna viagem de um pequeno grande homem. Um homem que, ainda menino, descera de um navio no porto de Santos. Um homem que, como tantos outros homens, desejava apenas, vez em quando, um cais para aportar os seus sonhos.


Lula Miranda - Carta Maior - Boletim dia 26-06-2007