Na época, invasores destruíram a missão, seqüestraram três padres, levaram bens que estavam no local, além de ameaçar religiosos e alunos. Os padres Ronildo Pinto de França, João Carlos Martines e César Alvallaneda foram levados em veículos diferentes após a invasão e permaneceram presos durante dois dias. Ainda segundo a Procuradoria, testemunhas e peritos comprovam que o grupo chegou ao local por volta de 3 horas da madrugada e saiu às 6 horas e 30 minutos.
Na mesma data, um grupo invadiu a sede da Funai (Fundação Nacional do Índio) em Boa Vista. Segundo o administrador do órgão, vários ônibus lotados chegaram para promover a invasão. À frente deles, segundo o administrador, estava Paulo César Quartiero.
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A Procuradoria explica na denúncia que a ação teve o ''intuito de dar publicidade à sua causa e forçar as autoridades a realizarem a demarcação da reserva indígena Raposa Serra do Sol da forma que lhes é mais conveniente (em ilhas)''.
O STF (Supremo Tribunal Federal) analisa ação pública que contesta a demarcação contínua da reserva. No último dia 27, um pedido de vista suspendeu o julgamento, adiando a decisão que deve servir de base para outras demarcações.
A denúncia contra o prefeito de Pacaraima aguarda agora decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região. Se for aceita e os acusados, condenados, a pena pode ser de até 21 anos de prisão.
Paulo César Quartiero afirmou que o caso é mais um processo requentado e sem fundamento. ''São processos do Ministério Público, da Funai; eles me processam com dinheiro público e eu tenho que me defender com dinheiro particular, eles não têm nada a perder'', afirma Quartiero. ''Eles querem me dar trabalho. Eles são ociosos'', finaliza.
''Tridente do diabo''
Quartiero é prefeito e candidato à reeleição pelos Democratas em Pacaraima, cidade a 250 km da capital de Boa Vista, e é dono de duas das maiores fazendas de produção de arroz de Roraima. Das 33 ações que seriam julgadas pelo STF no útlimo dia 29 de agosto - data que a Corte analisou a demarcação, ''muitas'' são da parte de Quartiero.
O fazendeiro defende que os índios organizados no Conselho Indígena de Roraima (CIR) estão ''a serviço'' e são ''instrumentos'' de organizações não-governamentais estrangeiras que querem facilitar o acesso ao país pela fronteira com a Venezuela e com a Guiana. Segundo ele, a demarcação de toda aquela área como Terra Indígena dificulta a fiscalização do Exército Brasileiro. ''Eu não tenho problema nenhum com os índios. Eles são meus eleitores, me elegeram prefeito e trabalham para mim'', diz Quartiero. ''Os que conflitam comigo são uns poucos representados pela CIR.''
Paulo César Quartiero diz que vai acatar e cumprir a decisão do STF, mas alerta que as conseqüências de uma possível decisão pela demarcação contínua serão ''imprevisíveis''. Quem está ''criando problema'' na região, de acordo com Quartiero, é o governo federal, por meio principalmente do Ministério da justiça. ''O senhor Tarso Genro mandou a sua polícia aqui para nos expulsar e criou essa confusão toda. Quem está criando problema em Roraima é essa haste do tridente do diabo, formado por Ibama, Incra e Funai'', diz ele.
Fonte: Vermelho
2 comentários:
Parabéns! Una abraçada!
kkkk cadê Dedé texeira que ia ganhar?
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